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Oitavo Capítulo de Expectativas

Cada encontro que eu tinha com Sávio, embora não valesse a pena para algumas pessoas por envolver grana como forma de pagamento para um ato sexual, fazia aumentar um pouco aquele 1% de chance de ele querer algo mais além da cama. Sonhador, né? Talvez eu esteja sendo confiante demais nisso, mas o que custa acreditar que um dia ele se apaixonaria por mim e me desse todo aquele carinho do mundo. “Pára, Higor!”
Esse pensamento é tão absurdo. Eu não posso ficar criando expectativas com um homem que ganha dinheiro fácil, como o Sávio. Pode ser o mais carinhoso, o mais safado, o cara metido à gostosão, mas ele só está se importando com o dinheiro que vai cair na palma da mão, quando terminar de fazer o serviço e colocar as roupas de volta no corpo.
Eu olhava para ele, deitado do meu lado, dormindo que nem um anjo e em minha cabeça, os pensamentos dizendo pra eu parar de me iludir. Em poucas horas, ele vai acordar e sair por aquela porta e eu, vou ficar novamente sozinho. Sozinho até um outro dia quando ele chegar e dormir de novo em minha cama. Às vezes, penso que estou me sentindo usado, mas tem dias que eu sinto saudade de estar junto dele.

Nailton toma cerveja para tentar tirar Heitor da sua cabeça. Ainda no clube em plena madrugada, o rapaz não consegue esquecer as palavras do seu ficante. Por mais sinceras que fossem aqueles dizeres, ele acreditava em algo no futuro próximo: uma possibilidade de ser feliz ao lado de Heitor, mesmo que tivesse que enfrentar alguns obstáculos pelo caminho, como a filha do próprio que por mais criança que seja, um dia tinha que entender a escolha do pai e a ex mulher, que talvez nem faça ideia que o ex marido tenha atração pelo sexo masculino.

Espairecer a Mente

Heitor nunca se assumiria de verdade. Nunca admitiria que ele gosta de ficar com homens. Pai zeloso, amoroso, homem de família, respeitável diante dos amigos, discreto... Nailton sabia que as chances de ficar com Heitor eram mínimas. Quando Heitor o convidava para a sua casa, não existia conversa. Poucas vezes, os dois ainda batiam um papo e tal, mas na maioria,...
Depois, ele voltava para casa, louco ainda com o gosto no paladar e feliz...

Desde a discussão que tivera, Tiago e Rafael não estão se falando muito. Os dois deitam na mesma cama e mal conseguem trocar palavras um com o outro. Rafael já se sente arrependido por ter ido morar com Tiago, sem conhecê-lo suficientemente melhor pra ter tomado tal atitude. Pode ter sido precipitação demais, mas o fato é que Rafael é muito rápido. Ele toma atitudes sem pensar. Acreditando que talvez seria feliz com Tiago, ele bateu o pé e falou pra sua mãe que queria muito morar com o namorado em outra cidade. Tiago é ciumento, agressivo às vezes, mas quando ele gosta, realmente se entrega. Se dedica. Rafael foi morar com ele porque realmente sentiu vontade de somar com o namorado, de cuidá-lo. Existia um sentimento naquele namoro de uma forma tão intensa que hoje, está deixando de ser. Rafael estava conhecendo a atitude de Tiago e a forma como ele o trata, depois do primeiro desentendimento, que apesar de ter sido um pouco boba, foi explicada.
Tiago não era o príncipe encantado dos sonhos de Rafael. Tudo não passa de um conto de fadas.

Era quase meio dia.
Pensando com meus botões, estou diante de um capítulo de um livro que um amigo meu tinha recomendado. Enquanto folheava a página, Garibaldi me olhava deitado. Ele sabia no fundo que eu não me sentia completamente feliz. A solidão me vencia a cada tempo. Garibaldi por mais que seja presente, era apenas um cão. Ele não conversava comigo. Ele só ficava próximo de mim. Me entendia talvez. Mas como não podia falar, apenas fazia gesto para que eu pudesse perceber que eu não estava totalmente só. Amigo, protetor, confiável, Garibaldi tinha qualidades e defeitos. Toda vez que chegava alguém em minha casa, ele ficava de guarda para qualquer coisa que eu precisaria pedir em minha defesa. Tinha medo dos fógos de artifícios, do vento forte que batia incessante na persiana, dos raios que cortavam o céu escuro. Só não tinha medo de gente.
Ele era audaz o suficiente para tomar conta do próprio espaço.

Heitor estava na fila dos Correios, esperando sua vez de ser atendido quando Nailton o encontra. Os dois se cumprimentam e de repente, Nailton o abraça, esquecendo-se por um momento de que ele é super discreto.
-         Nailton, o que pensa que está fazendo?
-         Desculpa! Eu acho que não consegui me controlar.
Mas foi tarde! A ex mulher de Heitor viu a cena e ficou séria demais. Ela decide se aproximar dos dois e diz para Heitor, em claras palavras:
-         Eu não sabia que você tinha amizade com gente desse tipo.
-         Desse tipo como, minha senhora? - Pergunta Nailton, mudando de expressão.
-         Deixa pra lá. - Diz ela, dando de ombros.
Nailton se despede de Heitor e sai, deixando-o com a mulher que fica observando a sua retirada.
-         Depois quero conversar contigo sobre esta nova amizade.
-         Não temos assunto nenhum pra conversar. - Ele rebate.
-         Eu sou mãe da sua filha. Eu não vou permitir que ela fique próximo de pessoas desse nível.
-         Eu e o Nailton somos amigos e nos respeitamos muito. - Diz ele, sob os olhares das pessoas e inclusive, dela.


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