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Sétimo Capítulo de Corações Desimpedidos

Depois de pedir mil desculpas para Sr. Otávio por telefone sobre sua ausência na empresa, Gisele aproveitou que ficou em casa e resolveu botar o apartamento em ordem um pouco, mas estava preocupada. Acreditava que fazendo aquela atividade poderia se distrair um pouco e não deixar se envolver demais com a preocupação com sua amiga.
O telefone estava numa posição estratégica para ela pegar no caso de eventual telefonema de notícias de Grace. O celular também estava consigo o tempo todo, no caso se tocasse ela atendesse imediatamente. Mas sua preocupação era tanta e ela começou a se sentir sozinha naquele apartamento. Sabia que todos estavam mobilizados e ela não podia fazer nada no momento.
No momento que ela estava tentando arrumar uns papeis na estante que estava dentro de uns livros, os objetos caíram no tapete do chão. Gisele desceu do banquinho imediatamente para catar os papéis que caíram e... foi inevitável:
Aquela cena naquele dia quando dos primeiros momentos em que começara a trabalhar com Daniel veio a sua mente.
“Ora, isso não é hora de pensar nisso, numa hora tão difícil como essa”
Gisele tentou afastar aquelas lembranças de seu pensamento. “você só pode estar louca, Gisele!”
Gisele catou os papéis no tapete, mas ela nem mesma percebera que suas mãos estavam trêmulas e suadas a ponto de manchar os papéis com umas pontas de suor de seus dedos. Realmente se sentira nervosa com aqueles pensamentos que teimava invadi-la:
 “Desculpa, Gisele mas eu não consegui resistir”
“Você foi longe demais. Não devia ter feito isso.”
Por mais que nunca aceitasse, algo em Daniel a chamava atenção, a provocava. Ela sentia algo por ele, talvez por ele ter uma personalidade contrária a dela, ou querer sei lá se impor mais.
Quando ela se levantou com os papéis nas mãos já que devia por de volta na estante, ela parou um pouco e veio novamente àquele momento em que ela estava diante de Daniel naquela vez lá na empresa e:
“Espera aí, Gisele! Sei que você gostou desse beijo. Por que não admite que também está sentindo algo por mim?”
“O quê? Como você pode ter coragem de falar uma coisa dessas? Eu não sinto nada por você.”
“Não é o que os seus olhos dizem Gisele. Sei que você gosta de mim só não tem coragem de assumir isso.”
Era uma petulância e tanto perguntar aquilo e justamente pra ela.
Gisele fechou os olhos e seu rosto parecia brotar gotículas de suor ante os olhos fechados com aquele pensamento.

Pensamento

“Como posso pensar tal coisa” – Ela brigava com seus pensamentos:
“Daniel, vá embora! Acabou o expediente e acho melhor pararmos por aqui ou...”
“Ou vai dizer para o Sr. Otávio que eu a beijei a força nesta sala.”
Não queria aceitar que ele lhe atraia de verdade.
Será que a despeito de toda a sua insistência e a repulsa de Gisele de abrir o seu coração e dar espaço a mais alguém, ela estava gostando de Daniel?
Ela perguntava a si mesma. Seus pensamentos eram de nojo de toda as lembranças daqueles momentos ou aquilo tudo estava fazendo falta prá ela? Os gestos de Daniel e sua ousadia com ela naqueles últimos dias.
Só tinha uma maneira, o que lhe ocorreu de pensamento relâmpago de acabar com aquilo e não passar por sobressaltos daquelas lembranças em seus pensamentos.
“Sim! Eu vou dizer sim, Daniel! Eu vou dizer que você entrou por aquela porta e...”
“E o quê Gisele? - Diz Daniel, se aproximando de novo.”
O tormento continuava. Até que ela abriu os olhos, deu um sobressalto sacudindo um pouco a cabeça e pensou friamente:
- Só tem um jeito de acabar com isso. É demitindo aquele abusado!
Será que ela vai fazer isso?
Mas daí a ter a coragem de fazer isso com o rapaz, colocá-lo fora da empresa por motivos escusos e não óbvios não era justo – pensava ela. E além de tudo ela já começava a sentir que não conseguiria ficar longe dele nem mais um instante.
Mas como fazer para esquecê-lo por aquele momento? Como driblar essa situação que já estava chegando num ponto totalmente absurdo.
Foi aí que a campainha da porta tocou.

Alda e Emiliano estavam transtornados com o rumo que a história estava tomando quanto ao desaparecimento de Grace, mas por enquanto não formaram queixa oficial na polícia devido às 48 horas obrigatória que as autoridades impunham depois que as pessoas desapareciam.
Mas mesmo com a situação delicada que estavam passando ainda assim não paravam de se digladiarem.
- E agora? Que você pretende fazer depois que acabar tudo isso? - Perguntou Alda na mesa de jantar diante do marido um tanto consternado.
- Vamos esperar, Alda. Se até amanhã não aparecer nenhuma notícia vamos dar a queixa na delegacia e tomar medidas mais...
- Eu não to falando disso, Emiliano! - Interrompeu Alda irritada. - Eu confio nos rapazes e nas meninas, principalmente na Gisele. Logo nossa filha vai entrar por esta porta se Deus quiser.
- Mas do que você está falando então?! O que é mais preocupante pra você do que o sumiço de nossa filha?

Preocupação

- Eu quero saber quando a nossa filha voltar pra casa se nossa situação vai ficar a mesma.
- Ora Alda - Emiliano deu um salto da mesa irritado e jogando o guardanapo pro lado. - Que que há com você? Num momento como esse você vem falar de nossa relação?
- Claro, é toda a causa da confusão de nossa filha e você sabe disso. Você sabe como são os acontecimentos aqui em casa entre a gente e tem deixado nossa filha insegura. Isso tem que ter um fim.
Emiliano se vira para Alda e se aproxima devagar de novo.
- O que você quer dizer? Você quer acabar com tudo definitivamente é isso?
Alda se levanta e olha para Emiliano pronto para dizer umas palavras para ele.
Emiliano fica olhando para Alda com expectativa.

Quando Gisele abre a porta seu coração dispara...
Mas de ansiedade, pois era Zeca que estava chegando e esperava dele alguma novidade já que ele e os outros estavam mobilizados por causa da procura por Grace.
- Oi Zeca. Que legal você ter vindo. Eu estou tão ansiosa aqui por novidades e ninguém ligou até agora. Entra. E aí?
Gisele ficou tão afoita que nem fechou a porta e ficou entreaberta. Ela puxou o braço de Zeca e o trouxe mais pro meio da sala.
- E então? - Perguntou Gisele ansiosa.
Zeca olhava nos olhos de Gisele e não veio trazer só as últimas novidades. Ele vinha num propósito que já tinha há muito tempo e achava que aquele era o momento.
- Eu, quer dizer, nós ficamos sabendo que Grace foi vista num ponto de táxi e pegou um veículo para a rodoviária. Ela deve ter ido para muito longe.
- Meu Deus! - Gisele se afligiu. - Como vou dizer isso para os pais dela?
-Sei que isso aflige não só os pais dela, mas a você e a nós que a conhecemos e se solidarizamos com as pessoas. Por isso que eu vim aqui Gisele. Eu sabia que você estava precisando de alguém, de um amigo ao seu lado no mínimo.
Num impulso, Gisele abraça Zeca e fala:
- Obrigado amigo. Eu estava aqui atormentada.
Mas só Gisele sabia do que estava falando.
- Gisele olha – Zeca envolveu seus braços nas costas dela.
Gisele ficou um pouco constrangida e tentou se desvencilhar dele.
- Zeca a porta ta aberta. Deixa eu ir lá fechar!
- Só um momento Gisele. Olha pra mim!

Daniel já havia encontrado o endereço de Gisele e como era um prédio que não tinha porteiro, de posse do número do apartamento ele decidiu subir até ao corredor e ir ao encontro dela. Ia falar tudo para ela, tudo o que mais desejava falar e ainda mais agora naqueles momentos em que ela estava fragilizada.
Por um momento ficou pensando antes de subir as escadas o que ia falar com ela, como conseguiu o endereço e seu motivo de estar ali. Mas decidiu subir as escadas enquanto pensava no que ia dizer.
Gisele se viu nos braços de Zeca e por um momento as lembranças do passado veio a sua mente ferida.
- Zeca por favor, não é hora disso. Porque isso agora?
- Porque eu ainda gosto de você Gisele e eu não podia deixar passar esses momentos sem te dizer isso ainda mais numa hora como essas. Você é uma pessoa que se preocupa com as pessoas, que se abnega até de seu trabalho pela causa que você ta abraçando. Eu é que não soube reconhecer a pessoa maravilhosa que você é. Por favor, me perdoa! Me perdoa e vamos recomeçar tudo de novo.
- Zeca, por favor, me larga. - Ao mesmo tempo ela queria subitamente que Zeca a abraçasse ainda mais, pois tudo que ela queria era um abraço. Mas na falta de Daniel o que ela já estava desejando já era o suficiente. Faz de contas que estava nos braços de seu novo amor.
- Zeca!!! - Gisele encostou sua cabeça no ombro de Zeca. Estava fragilizada e carente e um tanto confusa naquele momento. Zeca, por sua vez entendendo que ela estaria correspondendo segura o rosto dela e olha mais uma vez para ela profundamente num misto de expectativa e esperança.

Beijo


Daniel já está no corredor do apartamento de Gisele e com o papel na mão e confere o número e olha para a porta indicada. Por um momento, ele pensou vendo aquela porta entreaberta que Gisele deveria estar com um de seus amigos já que todos estavam mobilizados por Grace e seu apartamento virou praticamente um quartel general de informações. Caminhou até a porta para bater.

Zeca olha para Gisele desesperadamente e Gisele olha para Zeca confusa pelo momento, mas carente. Por um momento pensa no rosto de Daniel e as mãos dele percorrendo suas costas de novo como naquela vez lá no escritório em que a abraçou e a beijou ousadamente.
E Zeca aproxima os seus lábios no dela a abraçando ainda mais. Ela por um momento se entrega para ele naquele momento de carência e pensa em Daniel e em seus lábios quentes que era de Zeca. Se entrega aos beijos dele.
Daniel viu que não tinha sentido bater na porta já que estava entreaberta e achou que Gisele não ia ficar tão assustada já que os dois trabalham na mesma empresa. E seria naquela noite que ele iria fazer cair a última fronteira do coração de Gisele.
Mas quando ele abriu a porta devagarzinho e olhou aquele casal no meio da sala abraçados e aos beijos, mal ele pôde acreditar vendo Gisele com outro cara.
Seus olhos se apertaram e seu coração disparou e suas mãos tremularam segurando a maçaneta da porta entreaberta vendo aquela cena decepcionante.

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