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O que faz esse sentimento ser tão intenso assim a ponto de despertar no coração da gente um alerta sonoro que não dá pra controlar? Surdo, cego e mudo!
Assim se define o amor como também usamos a palavra afeto em seu lugar.
Mas o amor é a essência de tudo. Tudo que se iniciou.
Amor não tem controle, não tem barreira, não tem preconceito, cor...
Amor não é completamente aquela certeza, aquela palavrinha chave que você pode destacar num texto e abreviar. Amor tem o seu momento, sua hora, seu tempo certo.
Amor faz a cabeça virar, pensamentos voar... É sublime. É eterno. É satisfatório.
Dizem que amor é ilusão, uma máscara que se põe hoje e amanhã é substituída. Uma máscara que ás vezes se coloca e não tira. Mas ela cai sozinha.
Amor nos faz pensar em coisas tão banais. A gente recorda de momentos bons da vida. A gente planeja com aquela confiança de que tudo dará certo. Pode ser ilusório, fatal, mal compreendido, desconhecido, exagerado, fiel, verdadeiro, bagunçado, estranho... mas mesmo assim é amor. Sendo passageiro, imortal, descrente, confuso... ainda assim não muda nada.
É amor!!
Este sentimento que causa dor mas ao mesmo tempo traz prazer e alegria.
Este sentimento que a gente se entrega de corpo e alma sem saber o que vai acontecer em seguida.
Amor é a prova de tudo. É união. Parceria total de duas pessoas que fazem um pacto de vida.
E se ele não for correspondido, meu Deus! Não tem como evitar que caia uma lágrima por causa disso.
E no final das contas, ele permanece em silêncio mantido onde sempre esteve. Naquele coração triste e sozinho, que ás vezes bate por alguém, mesmo enfraquecido e que lamenta por ter perdido aquela intensidade que sentia por uma pessoa que nem deu valor à ele.
Mas afinal de contas, existe mesmo dois tipos de Amor? Ou os dois são os mesmos?
Existir existe. Amor incondicional e amor intenso.
Tem gente que confunde muito né?
O incondicional representa aquele amor fraterno. Aquele amor que um amigo sente pelo outro. Amor com respeito e fidelidade. Um sentimento de confiança que faz aquela amizade se tornar forte o suficiente, para que nada consiga abalá-lo.
Já o intenso diz tudo que duas pessoas apaixonadas sentem um por outro.
Esse transforma mesmo uma relação. Não tem jeito.
Tem gente que se mata por ele.
Tudo por culpa dele. Culpa desse amor bandido, sofrido, inconsequente que invés de amar a pessoa certa, sempre chama a atenção da pessoa errada.
O cupido do amor mira a sua flecha, mas nem sempre existe um alvo certo.
Pode ser coisa do destino ou mistérios de Deus, mas existe sempre algum significado importante que podemos aprender com o passar do tempo. O amor também nos ensina.
- Pow, foi sem querer! Fiquei surpreso com o que você me perguntou.
- Tudo bem. Então...
- O que eu acho? - Ele se indaga com a pergunta que o irmão fizera antes.
- Sim. O que você acha? Será que ela toparia?
- Mano, você enlouqueceu? Você mal conhece a garota. - Diz ele, catando os vidros na pia e jogando no lixo ao lado.
- Ah cara! Ela é legal, gente boa. Eu curti muito ela e sei que ela deve ter curtido também me conhecer.
- Não acha que está tomando uma atitude precipitada? Afinal, você mesmo disse que ela é diferente de algumas garotas que você conheceu.
- Você tem razão! Acho que eu não posso fazer isso. Pelo menos não agora!
- Escute o que o seu irmão diz aqui: você não pode levar a Mariana pra cama!
- Que isso, brother! Eu não to te entendendo.
- Bom, eu só queria te fazer entender apenas. Nada demais!
- Weslley, você é um bom irmão! Eu sei que você se preocupa comigo, mas pode deixar que eu sei o que faço ok! - Diz Robson, sorrindo e batendo no ombro de Weslley fortemente. - Te amo irmão!
- Também te amo, cara! - Diz Wesley, decidindo sair da cozinha.
Robson volta pra mesa e decide terminar o seu café, quando Nívea chega.
- Eu não pude deixar de ouvir a conversa de vocês dois.
- Ah mãe! A senhora vai tomar o seu café? Está pronto!
- Eu sei filho! Vou sim. Bom, eu fico feliz que você e seu irmão se entendem né?
- Mãe, desde que a senhora pegou o Weslley pra criar como seu filho legítimo, eu sempre curti uma boa companhia.
- Eu sei filho. Lembro de como você o ajudou e continua ajudando ele até hoje.
- É verdade. Eu sempre estive ao lado do meu irmão em todos os momentos e sempre apoiei. Nunca brigamos por coisas infantis e sempre fomos muito unidos. Mãe, até as minhas ex-namoradas ficaram com ele!
Nívea sorri com as palavras de Robson.
- Eu tenho orgulho de vocês dois. Vocês sabem disso!
Robson consente e Nívea continua:
- Eu e seu pai amamos muito vocês! Você e o Weslley são filhos ótimos que com certeza qualquer mãe sonharia em ter.
- Nós sabemos sim mãe e por isso, lhe amamos também! A senhora e o meu pai são os nossos exemplos.
Nívea sorri e o abraça fortemente. Wanderson se aproxima da porta e brinca:
- Acho que esqueceram de me chamar na conversa.
Robson e Nívea sorriem.
Michelle toma o seu café ao lado da amiga Priscila, que decidira passar a noite na casa dela, pois a conversa passada havia se estendido por algumas horas.
- Bom, depois que você me contou que encontrou o Marcelo, tudo ficou claro agora!
- Será que ele ainda pensa... Não! Isso é tolice.
- Eu não acho, Pri. O Marcelo ainda gosta de você.
- Isso é um absurdo, amiga! Eu jamais ficaria com um cara como ele.
- E porquê, Pri? Pode ser que ele tenha mudado.
- Eu não gosto dele. Ele é um cara muito diferente. Nossas vidas são tão diferentes que você nem imagina e tem mais: eu não quero me envolver com ninguém agora. Acabei de me separar de uma relação complicada e não quero me envolver novamente com mais ninguém.
- Nossa, amiga! Você fala de um jeito que parece que nunca vai ser feliz novamente.
- Não é isso que eu quis dizer, My! Eu quero sim encontrar alguém futuramente que goste de mim do jeito que sou e que me respeite, mas o Marcelo... Não! Isso é uma grande idiotice!
- Idiotice ou não, eu já disse o que penso disso tudo. Marcelo gosta de você sim e só você não enxerga isso. - Diz a jovem, sensata.
Priscila fica séria diante da amiga.
Edileusa observa as fotografias de um álbum antigo e lamenta por ter errado no passado. Uma amiga que dividia a casa com ela cujo nome era Márcia se aproxima e adivinha a sua tristeza.
- Você ainda sente falta dele né?
- Bastante. Ele nunca deixou de existir pra mim!
- É difícil amar uma pessoa mesmo sabendo que ela não sente mais nada por você.
- Como é amiga! Sabe quando você sente que há esperança e que na verdade você passa o tempo todo procurando alguma chance de encontrá-la?
- Eu sei. - Diz Márcia, sentando ao seu lado e vendo as fotos.
- É assim que eu me sinto, Márcia! Eu não me conformo até hoje porque ele me deixou pra viver com outra.
- Edileusa, siga em frente e desiste do Marcelo! É o melhor que você tem que fazer.
- Eu vou tentar, amiga! Eu juro que vou tentar.
- Qualquer coisa, conte comigo! - Diz Márcia abraçando a amiga.
- Obrigada pelo apoio! Amigas como você jamais serão esquecidas. - Diz Edileusa, sincera.
Pâmela encontra Shania em casa e a abraça.
- O que aconteceu entre você e Robson?
- Bom, eu finalmente o conheci. - Ela revela.
- Mas e como ele era? Me conte!
- Ele é legal, gente fina. Gostei dele, amiga! - Mas você não tinha perdido o número dele? - Perdi mas ele me ligou e a gente combinou um encontro. Foi aí que a gente se conheceu.
- Certo. Mas e o Wesley como fica nesta história?
- Eu não sei amiga! - Diz Pâmela, confusa.
Shania decide se sentar ao seu lado.
- Pâmela, estou percebendo que existem dúvidas em seu coração né?
- Sim, Shania! Mas eu vou ver o que faço. Preciso pensar em que atitude tomar agora.
- Ok! - Diz a amiga, a abraçando mais uma vez. - Te desejo sorte.
Odilon pergunta curioso para a filha que estava na sala acompanhada do namorado e da mãe:
- Bem, agora você pode me contar a novidade ou não?
Todos estavam reunidos na sala acompanhados por um bule de café quente e biscoitos, numa mesinha do centro.
- Pai, eu vou te contar! - Se prepara Cínthia pra falar.
Catarina olha a reação do marido e decide ouvir atenta a conversa.
- Bom, pai e mãe.. eu e o Mateus decidimos algo que tínhamos pensado juntos.
- E aí, o que vocês decidiram? - Interfere o pai.
- Eu e o Mateus decidimos...... - Ela analisa o olhar dos pais e continua. - Bem, nós nos amamos muito. Por conta desse nosso envolvimento, nós dois havíamos planejado algo há pouco tempo.
De repente, Catarina abre a boca e diz, atrapalhando a conversa.
- Filha, você não vai me dizer que está grávida, né?
Odilon encara a mulher e se abala.
- Ora essa, mulher! Não fale uma besteira dessas. Pelo amor de Deus! Vamos ouvir os dois.
- Não! Não, mãe. Não estou grávida. Fique tranquila! - Diz Cínthia assustada. - Nós pensamos em morar junto. Apenas isso!
- Nossa vida! Pelo amor que você tem da gente, não nos assuste mais, ok? Eu pensei que a hipótese de sua mãe se realizasse agora. - Diz Odilon, nervoso. Catarina fica sem reação ao ouvir aquilo.
- Bem, vocês não estão bravos com a minha decisão? Estão? - Ela pergunta.
- Pra te dizer a verdade, eu vou sentir falta da minha filha, mas fazer o quê? - Brinca Odilon.
- Pai, que bom que o senhor aceitou. Eu estou muito feliz por vocês. - Ela o abraça, carinhosamente. - E a gente feliz por vocês também. Tanto suspense! Meu Deus! - Diz Catarina sorrindo.
- E você, rapaz, espero que faça a minha filha mais feliz do que já é, hein? - Ele diz a Mateus.
- Pode ficar tranquilo, senhor Odilon. Eu amo muito a sua filha e a farei feliz, sim. - Responde ele.
- Por que fez tanto mistério em nos contar isso? Poderia ter nos dito pelo telefone. - Pergunta Odilon.
- Ora, pai. Eu não sabia se isso o faria bem. - Diz ela.
- Filha, o importante é que você está feliz e nós já sabemos de tudo. Eu te desejo muita sorte daqui pra frente. - Diz Catarina, alegremente. - Mateus, meu futuro genro. - Ela o abraça.
- Eu tenho muito orgulho de ser sua filha. - Ela abraça a mãe e o pai ao mesmo tempo em seguida.
- Seja bem vindo em nossa família, Mateus! - Diz Odilon, sorridente para o rapaz que via a cena.
Enquanto isso, Yuri chega na casa de Verônica na ilha do Abraão, de iate e os dois se encontram.
- Eu sinto muito se te magoei. Me desculpa! - Ele pede.
- O que faz aqui, Yuri? Será que nada do que eu disse não valeu nada pra você?
- Olha, eu sei que eu cometi uma grande bobagem contigo, mas vamos passar uma borracha em tudo, ok? Vamos tentar de novo!
- Eu quero você fora da minha casa agora! - Ela o expulsa.
- Você não pode fazer isso comigo, Verônica. Eu te amo!
- Caia fora antes que eu chame os seguranças.
- Você vai me tirar da sua vida pra sempre?
- Se for necessário, eu tiro, sim. Agora, saia da minha frente e desapareça.
- Verônica, você vai se arrepender do que está fazendo comigo.
- Será mesmo, Yuri? Mais fácil você ter arrependimento do que eu. Agora, a porta é a serventia da casa. Suma! - Ela abre a porta.
Yuri a encara com desprezo e sai porta afora, ouvindo por trás um grande barulho ao ser fechado.
- Você não tem mais o meu sentimento! - Ela diz em tom alto.
A partir daquele dia, Yuri nunca mais procurou Verônica e nem Daniela. Segundo os boatos, ele havia viajado para Fortaleza sozinho. Por lá, ele tinha encontrado um novo amor.
Nesse momento, Ronaldo chega em Angra. Ele decide se hospedar num hotel no balneário de frente para o mar, onde pretende tirar algumas horas do dia descansando para o dia seguinte. O azul do mar é transparente e a brisa suave vem sempre do horizonte, onde se encontra o sol, bem distante, disposto a mergulhar nas ondas, preenchendo o céu de tons alaranjados e vermelhos. Ronaldo se encanta com a despedida do sol que mergulha devagar no mar, fazendo um pequeno chiado. Logo depois, a lua surge no céu acompanhado das estrelas e a região se ilumina. O centro da cidade é ocupado por um inúmero grupo de pessoas, que ficam nas praças e principalmente, nos pontos de ônibus esperando o transporte chegar. Em Angra, só existe uma viação coletiva de ônibus: é a Senhor do Bomfim, que se localiza na grande Japuíba, um dos municípios principais.
Vista da Sapinhatuba
Na ilha de Lopes Mendes, está tudo pronto para a grande festa dada por Verônica. Ela chama os amigos que lotam a mansão de Humberto. Entre bebidas e muita música rolando, a patricinha se diverte sem se importar com o dia de amanhã. Os empregados ficam doidos com tanto trabalho de última hora. Já em São Paulo, Humberto fica pensativo com a filha e recebe uma ligação de Tenório, que avisa da tal festa. Ele fica irado por dentro mas ao mesmo tempo se contém.
"Essa Verônica vai me ouvir quando eu chegar. Ah se vai!"
Há duas horas de Angra, se localiza uma cidade chamada Paraty. Conhecida como patrimônio histórico nacional, preserva encantos arquitetônicos e naturais. As pedras "pés-de-moleques" de suas ruas nos remetem à uma época colonial em que a escravidão prevalecia. Os casarões, as igrejas e os misteriosos símbolos maçônicos nos levam a um túnel do tempo. Foi fundada em 1667 em torno à Igreja de Nossa Senhora dos Remédios, padroeira da cidade.
Rua do Centro Histórico
E é nesta cidade que vamos conhecer personagens importantes.
Um veleiro ancora no píer e algumas pessoas desembarcam. Entre eles, Alan, um rapaz turista que veio conhecer a cidade de Paraty e que fica encantado com a beleza do lugar. Ele é um modelo, bem requisitado pelas maiores revistas pornográficas do mundo. Alan decide registrar cada momento, com muitas selfies, gravações de vídeos e boas compras.
Rio de Paraty
Na mesma cidade, Christian estuda com amigos na escola e após entrar em intervalo, ele recebe uma ligação de sua mãe avisando da chegada de Pâmela.
- Minha prima vai vim para Paraty? - Ele se empolga no telefone.
- Vai sim, meu filho! Deve chegar de hoje pra amanhã!
- Opa! Que bom, mãe! - Diz ele, feliz da vida.
Chegando em casa, Christian decide confirmar com a mãe se é mesmo verdadeiro a notícia que ela deu a ele e Vânia ouve da sala.
- Eu não sei porque tanta felicidade. Ela vai vim ocupar espaço mais ainda.
- Pára com essa implicância, filha! - Diz a mãe.
- Deixa ela, mãe! A gente não pode fazer nada se a Vânia não gosta da Pâmela.
- Eu vou sair um pouco. Estou cansada de discutir! - Diz Vânia, saindo porta afora.
Christian e a mãe Cleusa se entreolham.
Na baía da Ilha Grande, um barco de pesca fica ancorado próximo da praia de Japariz. Dentro do barco alguns pescadores conversam com um rapaz inteligente e perspicaz chamado Fabrício, o conhecido como "Biólogo do mar".
- Eu vou ter que levar amostras dessas espécies para o meu laboratório.
- fique a vontade, doutor! - Diz um dos pescadores.
- Essa baía da Ilha Grande guarda muitas riquezas naturais.
- São 365 ilhas em um arquipélago inteiro. - Rebate o outro pescador.
- Talvez um dia eu conheça todas elas. - Diz Fabrício, sorrindo.
"A praia de Japariz é parada obrigatória para quem passeia de escuna, lancha ou barco e tem uma vizinha conhecida, que vale a pena conhecer também e é chamada de Praia do Funil."
Praia do Japariz
Algumas horas depois, André ensaia uma cena com sua equipe de teatro quando o diretor surge trazendo uma nova aluna pra participar também dos ensaios. A jovem se apresenta como Joseane e cumprimenta á todos. André admira a beleza da jovem iniciante e o diretor pede para a equipe continuar a cena que estava em pausa. A equipe obedece e André não consegue desviar os olhares de Joseane.
Neste ínterim, Helen prepara o jantar quando Walter chega do trabalho. - Tudo bem querida? - Tudo certo, amor. - Responde ela, servindo os pratos. Walter percebe que Renata se arruma pra sair e decide conversar com a esposa. - Pra onde ela vai? - Ele pergunta curioso. - Ela vai sair hoje á noite. - Responde a mulher, atarefada. - Você não vai cuidar do filho dela de novo não vai? - Amor, eu prometi á ela. - Responde Helen. - Será que isso nunca vai acabar Helen? O filho é dela, não seu! - Diz Walter, de forma arrogante e deixando a mulher sem graça.
Quando
o táxi de Grace estacionou próxima a calçada na entrada do shopping, ela saiu
do carro e colocou os óculos escuros aos olhos e jogando para o lado as mechas
de cabelos que teimava roçar seu rosto ao sabor do vento do mar que soprava
naquela tarde de sol ainda forte e que de certa forma ofuscava a sua vista.
De
certa forma estava ansiosa, curiosa e um tanto aliviada também por estar
naquele lugar que ela mal conhecia, mas que ouvira muito falar. Nunca havia
estado antes em Angra dos Reis. Aliviada por ter a coragem de se depreender de
casa onde nos últimos dias estava agoniada por causa das discussões constantes
dos pais e por não aguentar mais ver de perto aquela situação. Ela imaginava
estar ali à duas horas de viagem da Capital atrás de sua possível felicidade,
“daquele” que poderia lhe proporcionar a vida que ela sempre sonhou ou pelo
menos desejava nos últimos meses em que conversava com “ele” pelo Face.
Começou
a andar pela calçada do shopping e entrou no saguão ansiosa. Havia combinado
com a “pessoa” de se encontrarem ali naquele lugar e ele a buscaria. O lugar
estava vazio e não havia muito movimento. Ela se sentou num banco próximo à uma
das lojas do andar térreo e abriu o Whatsapp no telefone.
Seus
gestos eram observados no parapeito lá de cima, e “ele” também abriu o telefone
e já estava on-line desde muito tempo à espera do contato dela.
Grace
sorriu discretamente e seus olhos pareciam brilhar quando “o” viu também
on-line. E começou a escrever:
-
Oi. Não te disse que vinha?
Ficou
esperando a resposta dele.
Observou
que “ele estava digitando...”. A resposta já estava a caminho.
- Eu pensei que você não tivesse tanta coragem!
- Quero te ver. – Escreveu Grace freneticamente ao
teclado do telefone. - Onde você está?
Ele
saiu do parapeito do andar de cima onde a observava e em vez de descer as
escadas para a direção onde ela estava, saiu apressadamente em direção ao
pequeno cais ali em frente ao Shopping no externo e se encaminhou para o píer.
Grace
sentiu que ele estava demorando a responder e resolveu ligar pela chamada de
voz.
Ele
sentiu o telefone vibrar e tocar no bolso, mas não atendeu imediatamente, pois
tinha algo a fazer. Na verdade, “ele” queria surpreende-la.
Grace
ficou um tanto trêmula de ansiedade e se levantou olhando para os lados
ansiosa. Não sabia se caminhava ou ficava parada ali. O telefone não atendia e
isso a deixava inquieta.
Sentou-se
de novo e abriu o Whatsapp novamente.
Ela
viu que “ele” ainda estava on-line. Mas porque razão “ele” não atendia o
telefone? - Se perguntava ela.
Doroth
chegou mais que depressa no apartamento de Gisele depois do expediente no
escritório e não só estava curiosa para saber o que aconteceu e intrigada do
que poderia ter acontecido entre ela e Daniel. Será que Daniel deixou mancada e
houve algum desentendimento com Gisele? Ele saíra lá do escritório naquela
tarde tão decidido a tomar uma atitude a mais para conquistar Gisele. O que
será que aconteceu? – Se perguntava Doroth.
Gisele
veio recebê-la na porta ansiosa e sua expressão era de aflição.
-
Ô amiga. To aqui. Fala. Você estava tão nervosa ao telefone.
-
Obrigada Doroth por ter vindo aqui. Eu to precisando desabafar. Muito...
As
duas se sentaram e ficaram de frente uma para a outra.
-
Doroth... – Começou Gisele, mas se referindo a Zeca. - Aconteceu amiga! Ele
veio aqui e...
-
Veio??? – Interveio Doroth surpreendida, mas se referindo a Daniel, mas não
quis falar ainda que dera o endereço a ele.
-
Eh, ele veio aqui entrou por essa porta e aconteceu o que não esperava.
-
Como não esperava, amiga? Mais cedo ou mais tarde isso iria acontecer mais
seriamente. Gisele você está sendo muito dura.
-
Ele me disse algumas palavras, me agarrou, me beijou e... - Um sorrisinho
despontou do rosto de Gisele ao falar aquilo.
-
E então? - Falou Doroth – Vai continuar reticente, de coração fechado, não
dando chance a você mesma de ser feliz?
-
Eu não o quero mais, Doroth! O meu coração parece se abrir, e eu começo a viver
uma inquietude por causa de outra pessoa que você sabe quem é. Pela primeira
vez estou confessando isso a você abertamente.
-
... Ah, é?! – Doroth ficou mais surpreendida não entendendo muito bem ainda e
se levantou.
-
Amiga me ajuda! Estou tão confusa! Ainda mais do que aconteceu hoje à tarde
aqui. Eu só o quero como amigo! Eu estou definitivamente apaixonado por outra
pessoa.
Doroth
estava mais intrigada ainda com aquela conversa de Gisele e não estava
entendendo mais nada. E falou:
-
Olha amiga, eu tenho que te falar uma coisa. _ Se sentou novamente ao lado dela
ao sofá.
-
Ele conversou longamente comigo lá na repartição hoje á tarde e eu vi a
sinceridade do coração dele. Sei que ele te ama de verdade e resolvi ajudá-lo.
Eu o incentivei a vir aqui e abrir o coração prá você.
Gisele
se levantou olhando para a amiga intrigada.
-
Você ta louca, Doroth? Como é que você pode fazer uma coisa dessas?! Eu não
quero esse cara na minha vida. Nunca mais.
-
Mas Gisele, não faça isso. Ele é a chance de você ser feliz, é capaz de tudo por
você! Eu sei, eu vejo nos olhos dele e nas atitudes dele que... Que ele quer
você. Ele te ama de verdade, entende?
Gisele
estava confusa e não estava entendendo a amiga e suas palavras. E logo ela que
sabia tudo o que ela passou.
-
Não, Doroth, você só pode estar brincando comigo!
-
É verdade! Ele saiu lá do escritório tão resoluto, tão decidido! Eu sabia que
ele vinha aqui falar contigo e pensei também que você ia acabar de uma vez por
todas com essa intransigência com o rapaz.
-
Doroth, pelo amor de Deus Pare com isso! Eu gosto do Daniel!!!
-
E é dele mesmo que eu to falando!
-
Como assim? Aqui??? Ele vinha aqui??
-
Sim, o Daniel! Ele tava vindo prá cá falar contigo. Não foi ele que te deixou
assim nervosa e inquieta como você está agora?
Gisele
levou a mão ao rosto pasmada e mal podia acreditar nessas últimas palavras de
sua amiga.
-
O... O Daniel?!
-
Que foi Gisele? Afinal de contas você ta falando de quem? O Daniel não esteve
aqui?
-
Eu to falando do Zeca, Doroth. Foi ele que esteve aqui me pedindo prá voltar e
quase me beijando a força.
"Daniel
não veio. Não cumpriu o que prometeu!" – Pensou Doroth olhando para Gisele
também pasmada.
-
Eu quero o Daniel, Doroth. Eu admito isso. E tudo o que eu queria nessa tarde é
que ele tivesse do meu lado e entrasse naquela porta e me dissesse tudo o que
tinha para me dizer. Dessa vez eu acho que não iria resistir!
Doroth,
ouvindo aquilo não podia agora imaginar o que poderia ter acontecido. Porque
será que Daniel não veio? - Ela tentava entender.
(...)
Daniel
sai do chuveiro e se arruma pra ir ao trabalho quando batem à porta.
-
Só pode ser o Wallace pra chegar a esta hora. -Ele comenta, envolvendo a toalha
pelo corpo e abrindo a porta.
-
Oi! -Diz uma jovem morena de olhos claros e corpo esbelto.
Daniel
se surpreende ao ver que sua ex estava ali na sua porta.
-
Maria?
-
Se maomé não vai a montanha, a montanha vai até maomé.
Atenção: Para dar continuidade a leitura de "Corações Desimpedidos", a obra está disponibilizada nos seguintes links:
Daniel
chega em casa e encontra seu irmão á espera dele.
-
E aí cara, vim te esperar aqui, mas não esperava que você chegasse tão cedo.
Vim falar prá você a novidade: aquilo que você me pediu para ajudar achar a tal
garota: a Grace...
-
Pode esquecer, cara, pode esquecer! - Disse Daniel antes que seu irmão acabasse
de falar. - Te agradeço por tudo, mas
não precisa mais não.
Daniel
se jogou no sofá exausto e abatido e Wallace estranhou seu jeito.
-
Que foi, fera, que aconteceu? Você parecia tão entusiasmado e empenhado em
ajudar a tal Gisele nesse caso. E eu sei muito bem porque, sabe disso.
-
Pois então pensou demais!
-
Perai cara, eu venho aqui na melhor das intenções tentando te dar uma moral no
que você me pediu e você me dá várias patadas dessa.
Daniel
estava estressado e olhou para o irmão ansioso. Seu olhar estava transtornado.
-
Desculpa ai, mano. Não é nada com você não. Não é nada disso. Eu é que sou um
babaca mesmo.
-
Perai, cara, o que aconteceu? Desanimou de ajudar a garota?
-
Não vale a pena não cara. Não vale a pena mais nada. Vamos sair prá tomar alguma
coisa e no caminho te conto.
-
Calma aí cara, você ta muito nervoso e cair na bebida assim sem mais nem menos
não vai adiantar nada. Não quer me contar o que ta acontecendo?
-
Porra, cara eu fui lá. Lá no apartamento dela. A Doroth me ajudou e me deu o
endereço para ir lá conversar com ela e hoje tinha certeza que ia colocar ela
na parede e tomar uma decisão em relação a nós dois. Esperava que ela ia parar
de me tratar mal às vezes que eu me declaro prá ela.
-
Poxa, cara imagino que ela não quis te receber ou que deu tudo errado!
-
Mais do que errado, cara. Quando ia chegando a porta tava meio aberta, pois
alguém parecia ter acabado de chegar. E você não imagina o que eu vi.
-
Viu o que, cara?
-
Ela tava beijando outro maluco, brother. Foi isso que eu vi.
Wallace
olhava para o irmão sem entender e tão intrigado quanto o irmão.
-
Agora sei,... - Continuava Daniel - Agora eu sei porque ela me recusa e me dá
sempre fora. Eu devia ter vergonha na cara! Ela ta com aquele cara que eu vi
ela beijando.
-
Mas e aí?
-
Ai que eu meti o pé antes mesmo de entrar e falar com ela. Eu só vi porque
empurrei a porta que tava entreaberta e vi os dois se beijando. Ninguém me
contou não, cara, eu mesmo vi.
Wallace
via o quanto seu irmão tava arrasado e não o vira assim desde que ele teve a
crise amorosa com Maria.
Alda
e Emiliano continuavam a conversarem e o clima estava acirrado entre os dois.
-
Que é isso, Alda, você ta me mandando embora.
-
Eu quero que você tome uma decisão entre nós dois, Emiliano e entenda de uma
vez que não dá prá nós vivermos esses tormentos a ponto até de atingir nossa
filha e passarmos por essa agonia como agora.
-
Você que me persegue, Alda, sempre arrumando motivos para nossas brigas. Você é
a culpada de tudo. Eu já não aguento mais isso. E agora quer me culpar também
por tudo.
-
Eu quero minha filha de volta! E depois
que isso se resolver, você decide se vai continuar vivendo ao meu lado me dando
uma vida direito e digna.
-
Mas não te falta nada, Alda, e nunca faltou nem prá você e nem prá nossa filha.
-
Você sabe muito bem do que estou falando, Emiliano, você sabe. Nada é mais
precioso do que a atenção, o carinho, a companhia, tudo isso que você esqueceu
há tempos. Há muito tempo que você vive indiferente comigo e eu to me sentindo
um nada ao seu lado por causa desse teu tratamento comigo.
Emiliano
vira-se para o lado e Alda para o outro querendo chorar. Emiliano bem sabia do
que ela estava falando e ele realmente se sentia desgastado ao seu lado e não
sabia o que dizer.
O
silêncio foi quebrado com o toque do telefone. Sem ter noção da urgência ou não
do telefonema Emiliano vai atender, mas fala:
-
Deve ser Gisele com novidades.
Alda
se vira e fica olhando.
-
Alô!
-
Pai! - Do outro lado da linha.
-
Grace??? Onde você está?
Alda
corre quase que desesperada para o lado do marido ao telefone:
-
A Minha filha!!!
Do
outro lado da linha falando ao celular, Grace mal podia se dar conta do visual
que se descortinava diante dos seus olhos quando ela desceu daquele ônibus
naquela rodoviária daquela cidade balneária à três horas do Rio de Janeiro.
-
Eu to bem pai. To bem. Fala prá mamãe ai prá ficar tranqüila ai que logo que
puder to voltando.
Grace
sabia que seu pai iria insistir no telefone, mas que isso acontecesse, ela
desligou o celular e colocou em sua bolsa de novo. Nas suas costas estava com
sua mochila e parecia ter chegado naquela cidade para ficar.
Logo,
antes de pegar um táxi ela contemplou o mar que estava a sua frente e que fazia
parte da paisagem daquele ponto da rodoviária e reconheceu de longe o que ela
muitas vezes ela tinha visto de passagem em sites de turismo. Pelos contornos
das montanhas daquela ilha lá ao longe ela reconheceu: Era a Ilha Grande e que
logo ao pegar uma traineira em algum ponto próximo ali onde ela estava já
estaria lá.
Mas
antes disso, precisava se encontrar com uma pessoa que ela premeditadamente
tinha marcado no Facebook e que desejava conhecê-lo muito pessoalmente. E não
seria ali o local do encontro. Logo que conseguiu um táxi ali mesmo perto da
plataforma onde o ônibus a deixou ela se dirige ao motorista:
-
To querendo ir à um Shopping perto de um lugar chamado... esqueci agora, moço.
-
Sei. Perto das Marinas! - falou o Motorista - Entre moça!
-
Antes de ir pra este shopping, eu posso conhecer um pouco a cidade? Amo Angra!
-
Tudo bem então.
Quando
Grace entrou no veículo e se sentou na parte de trás, ela se sentiu incomodada
diante de uma paisagem tão deslumbrante e aquele vidro fumê do veículo
atrapalhando.
-
Posso descer o vidro aqui moço?
-
Sim! – Responde o taxista, sorrindo.
Num
aperto de botão, o vidro desceu e o sol daquela tarde ainda iluminava com
maestria a paisagem deslumbrante daquele local e o ar de montanha ainda
predominava de quando ela via durante a viagem pela estrada sinuosa de Santos
até aquela cidade.
Logo
que saiu da rodoviária ela pôde ver o carro se emaranhar no trânsito e diante
de uma orla maravilhosa, movimentada e que oferecia o cenário de várias ilhas
ali mesmo. Além do cenário da Ilha Grande de longe ela podia ver ainda outras
pequenas ilhas que fazia parte das trezentas e sessenta ilhas que se dizia ter
naquela região.
-
Que parte é essa da cidade, moço?
-
Essa aqui é a Praia do Anil. Praticamente estamos no centro da cidade. Mas a
moça não é daqui de Angra dos Reis?
-
Não. Sou do Rio.
-
Vem à casa de parentes por aqui?
Grace
deu um sorriso e falou.
-
Não moço. Na verdade, vim atrás de uma paquera que eu conheci pela internet e
vou me encontrar com ele nesse shopping aí das Marinas. Vai demorar chegar,
moço? - Pergunta ela feliz e radiante por estar em Angra dos Reis.
Zeca
parecia não querer se afastar de Gisele e ele viu ali a oportunidade que ele
tanto queria que era de se aproximar e recuperar todos os momentos bons que
eles viveram numa época não muito distante.
Daniel
olhando para aquela cena parecia que o mundo desabara sobre sua cabeça. Aí
estava a razão então porque ela o evitava. Era porque ela estava com aquele
cara – pensava ele – e ela não queria lhe dar satisfações sobre aquilo tudo.
Entendeu que não tinha nada a fazer ali e nem como amigo simplesmente ele não
tinha condições de intervir na crise que Gisele estava passando, pois ele
reconhecia aí o seu interesse de conquistá-la e de agradá-la e que queria
entrar naquela história de querer saber do paradeiro de sua amiga Grace por
ela. Afastou-se da porta e suas pernas tremulavam juntamente com suas mãos que
tremiam segurando o corrimão das escadarias ao descer.
Gisele
num impulso viu que bastava e que aquilo não tinha nada a haver.
-
Por favor, Zeca é melhor você ir embora!
-
Me perdoe, Gisele, mas eu fiz o que estava em meu coração. Eu ainda adoro você
e quero que você me perdoe não por este momento por tudo o que eu te causei de
ruim no passado.
-
Eu não quero falar sobre isso agora. Não é momento de rever o passado algum eu
estou preocupado com Grace e tenho de qualquer maneira avisar os pais dela o
que você me passou ainda pouco.
Cabisbaixa
e trêmula ela se sentou no sofá tentando digitar no telefone para casa de Alda,
mas Zeca a deteve segurando suas mãos de completar a ligação. Ele a segurou pelo ombro fazendo que ela o
olhasse nos olhos novamente, sentados os dois ali.
-
Será que eu posso esperar uma nova chance?
Gisele
estava abalada com aquilo tudo e muito confusa e não esperava aquilo tudo
diante dos devaneios que ela estava tendo antes por Daniel.
Se
desvencilhou de Zeca mais uma vez e:
-
Zeca obrigado por tudo, continue me mantendo informada de qualquer novidade,
mas eu preciso que você vá embora agora. Obrigada pela companhia e pelo teu
empenho. Eu preciso ficar sozinha agora.
Zeca
saiu sem dizer mais uma palavra, olhando para Gisele mas percebeu que ela
ficara impactada e que aquela reação dela poderia ser um sinal de esperança
para ele.
Quando
ele saiu, Gisele foi depressa trancar a porta e ficou encostada sobre ela
olhando para o vazio com o rosto pálido e não sabia o que pensar mais.
Tudo
o que ela precisava naquele momento era... Ver Daniel, estar perto dele, poder
desafiá-lo novamente diante da ousadia dele. Talvez desta vez – Pensava ela, consigo
mesma – Ela já não seria tão dura e cedesse um pouco mais.
Daí
a pouco Gisele pega o telefone e fala com Doroth.
-
Como estão às coisas por ai?
-
Tudo sob controle amiga. – Disse Doroth um tanto curiosa pois não sabia qual
atitude Daniel iria tomar depois da conversa dos dois naquela tarde. – E você?
Está bem?
-
Sim, sim, eu... To bem. Um tanto cansada.
-
Amiga, eu to estranhando a sua voz e te conheço muito bem. Tem certeza do que
ta me dizendo? Você está bem mesmo?
-
Olha, Doroth... - Gisele já sabia que não conseguia esconder nada da amiga -
Quando terminar o expediente aí preciso que venha até aqui.
Doroth
estranhou a aflição da amiga e pensou logo que Daniel dera alguma bandeira e
que poderia comprometer a amizade das duas. E ficou um pouco pensativa.
- Você ta me ouvindo, Doroth?
-
Sim, eu vou já pra aí quando terminar tudo aqui.
-
E o Daniel? Está ai?
-
O Daniel?! - Doroth não estava entendendo nada.
-
Sim, o Daniel. Como está ele aí no serviço?
-
Eh, ele deu uma saída, pois não estava se sentindo bem, mas está tudo sob
controle.
-
Mas aconteceu alguma coisa?
-
Não amiga, ta tudo bem. Olha deixa eu chegar aí prá nós conversarmos melhor,
pode ser ?
-
Te aguardo então. – Desliga Gisele.
Quando
Doroth desligou ela ficou ainda parada com o telefone na mão e não conseguia
entender o que poderia ter acontecido. Ela lembrava que Daniel saíra dalí
resoluto a tomar atitudes a mais em relação a Gisele e não podia entender o que
poderia acontecer e que o que poderia dar errado. Estava mais curiosa ainda por
saber o que poderia ter acontecido diante do nervosismo de Gisele e aquele
telefonema intrigante. Começou a apressar as coisas para sair logo para ir prá
casa da amiga.
Sua
distração foi interrompida com a entrada do Sr. Otávio que entrara com sua valise
na mão como que de saída.
-
Olá, Doroth! Eu to de saída, vou me encontrar com um cliente novo e não volto.
Peço que cuide de tudo aí e feche o escritório.
-
Sim, Sr. Otávio!
Ele
se vira para ela um pouco antes de tomar a porta e pergunta:
-
E Gisele, como está? Já conseguiu resolver lá o caso da amiga desaparecida.
-
Ainda não Senhor Otávio, mas ta todo mundo mobilizado. Mas amanhã ela estará de
volta.
-
Não seja por isso, o importante é ela resolver esse caso e ficar bem. E o Daniel?
Onde está?
-
Ele deu uma saída mais cedo, Sr. Otávio. Mas algum problema?
-
Não, não de maneira alguma... só uma observação: Daniel e Gisele... Ta
acontecendo alguma coisa entre esses dois?
Doroth
ficou um tanto assustada com a pergunta do Sr. Otávio.
-
Não!... Não de maneira alguma, Sr. Otávio, quer dizer... pelo menos que eu
saiba.
Sr.
Otávio deu um sorriso cúmplice se dirigindo para a porta:
-
Esses dois não sei não! Sinto que ta rolando, como vocês falam, alguma coisa no
ar.
E
saiu.
Doroth
viu aí então que o clima entre Daniel e Gisele estava já indisfarçável.