Matt sabia que aquele tapa foi
merecido e que Christine estava totalmente certa.
- Você não merece apenas um
tapa, Matt! Você merece ficar sozinho porque perdi totalmente a vontade de
continuar nesta casa e bancar a esposa fiel. Cuidar dos afazeres da casa, dar
atenção ao nosso filho e se preocupar com um homem que não me dá valor, não me dá crédito algum. Um
homem que só pensa em si mesmo e que esquece ás vezes que tem uma família pra
cuidar.
- Você está sendo injusta
comigo. Eu admito que errei sim, mas a minha responsabilidade com a minha
família ainda continua firme e forte. O que houve comigo esta noite foi apenas
um vacilo que não vai acontecer mais. Eu te juro! Só não vem colocando mais
idéias na minha cabeça que eu já estou farto, ok! - Ele grita com ela, se envolvendo
na toalha.
- Você parece diferente. Não
é o mesmo Matt que eu conheci há onze anos. Você mudou e eu finalmente estou
percebendo agora. Tudo por causa desse maldito trabalho!
- Não foi o meu trabalho que
mudou a nossa relação, Christine! Você sempre foi superior e indiferente em
tudo. Quando estou ao seu lado, eu não consigo respirar direito. São tantas
cobranças, é tanto isso e aquilo. Eu estou ficando louco!
- E aí você teve a audácia de
me trair com qualquer vagabunda que
passasse na sua frente, né?
- Sim. Eu traí você sim, mas
não foi intencional. Eu só queria viver uma distração, Christine! Eu queria
esquecer um pouco toda a situação que anda acontecendo em minha vida. O meu
trabalho perigoso, os problemas que ando tendo em casa, tudo.
- Eu entendi, Matt! Não
precisa mais explicar nada.
Matt toca em seu rosto e se
aproxima pra beijá-la.
- Por favor, não ouse me tocar! -Diz ela, dando de ombros e se
afastando. - Acabe o seu banho e tome o seu café!
- Christine… - Ia dizer Matt,
quando ela fecha a porta rapidamente.
Enquanto isso, Brendha faz
compras no shopping com a tia, que se afasta um pouco pra experimentar algumas
peças de roupas enquanto policiais fazem sua segurança de longe. Alguns homens
desconhecidos a observam atentamente e sacam suas armas. Bem afastado dali
alguém aguarda um telefonema.
De repente, o telefone toca e
ele atende.
- Pode falar! Encontraram a
menina?
- Sim. Achamos ela! -
Responde.
- Tem a minha carta branca.
Podem agir! - Ele ordena.
Sr. Smith tecla no computador
quando Matt entra em seu escritório.
- Você está com uma cara
péssima, meu amigo!
- Claro. Pensou que eu
estaria com uma cara boa, depois de tudo que aconteceu?
- Mas o que é que houve
agora. Mas uma vítima!
- Antes fosse. O problema foi
em casa mesmo.
- Hum. Então, diga logo,
rapaz!
- Minha mulher descobriu que
estou a traindo.
- Mathew! E agora, meu amigo?
- Eu não sei o que fazer. Ela
está irada comigo e pensa em ir embora com o meu filho. - Ele responde,
agoniado.
Sr. Smith fica sem palavras
no momento.
Christine surge no condomínio
de Suzi, que a atende gentilmente.
- Oi, amiga! Eu não a
esperava por aqui.
- Suzi, você pode me ajudar?
- Ajudar você? O que houve,
amiga? Estou te sentindo diferente.
Christine a abraça.
- Estou confusa, perdida. Eu
estou sem chão, Suzi!
- Christine, estou ficando
preocupada. - Diz Suzi, lhe convidando a sentar no sofá e servindo um copo
d’água. - Agora, me conte o que está
havendo pra você ficar desse jeito?
- Eu estou sendo traída,
Suzi! Meu marido anda me traindo com outra mulher. - Ela desabafa.
- Oh, céus! Christine, eu
sinto muito! - Diz a jovem, se sentando próxima da amiga e a consolando.
- Eu não sei o que fazer,
Suzi! Matt nunca agiu assim. Ele sempre foi fiel a mim. Acho que a culpa disso
tudo é minha. Eu devia ter ficado mais ao lado dele. Devia ter apoiado. Eu
preciso fazer algo, Suzi!
- Matt está diferente comigo,
Suzi, desde que ele se envolveu nesse caso de homicídios, que por sinal, está
demorando muito pra ser resolvido. O trabalho está nos afastando cada vez mais.
E agora, surge essa novidade: ele resolve me
trair.
- Mas você tem certeza disso?
- Tenho. Eu vim com esses
olhos que a terra há de comer. Eu vi a marca do batom da vagabunda na camisa do
meu marido. Ah que ódio!
Suzi fica em silêncio por
alguns minutos.
- Se eu soubesse quem era a
vagabunda, eu não deixaria barato. Eu acabava com a vida dessa mulher, Suzi!-
Diz Christine, irritada. - A sorte dela é que eu não a conheço. Mas um dia
vamos nos encontrar. Tenho certeza de que não vai demorar muito.
Suzi sorri por dentro ao
ouvir aquilo.
Já no shopping, Brendha é
raptada por um homem desconhecido, mandado pelo misterioso conhecido de Suzi.
Tapa-lhe a boca dela com um lenço e a faz desmaiar sob o efeito de alguma droga
que causa inconsciência. Assim que ele entra no carro com ela e foge, o
shopping fica em alerta. Policiais invadem o local atrás de indícios que possam
levar ao seqüestro relâmpago da menina e sua tia fica preocupada em estado de
nervos. Sr. Smith recebe o chamado e Matt fica indignado com a ação da polícia.
- Eu sinto muito Matt, mas
não podíamos fazer nada. Pegaram-nos de surpresa.
- Você sente muito, Sr.
Smith? É impressionante como essa situação está se agravando cada vez mais. -
Diz Matt, se sentindo de saco cheio.
O delegado fica sério diante
do policial.
Horas depois, Matt encontra
Suzi no condomínio e pede uma explicação sobre a sua atitude que provocou
desentendimentos em sua relação com Christine.
- Ora Matt, conseguiu
finalmente se decidir? Sentiu minha falta né? -Diz ela, tocando em seu rosto.
Matt se afasta e continua.
- Por que marcou minha camisa
com batom? Por sua causa, eu briguei com a Christine e ela pensa em terminar
tudo. Você está satisfeita agora?
- O destino nos escolheu,
Matt! Fomos feitos um pro outro, só você não enxerga isso.
- Destino? Eu não acredito em
destino. O que houve com a gente não passou apenas de uma coincidência, um
encontro que virou uma simples aventura, nada mais do que isso.
- Então você acha que eu sou
uma aventura pra você? Que eu não tenho sentimentos? Ora essa!
- Suzi, não existe amor em
nossa relação. Apenas desejo! Nada mais. Eu me
envolvi com você apenas por uma fantasia sexual. Diferente de Christine,
que eu me relacionei com amor, sentimento puro e verdadeiro, algo que vêm do
fundo do peito.
- Eu entendo, Matt! Eu posso
não ter o seu amor de verdade, mas pelo menos pra algo eu sirvo. Sou apenas uma
amante pra você e amantes não são pessoas importantes na vida. -Diz ela,
servindo-se de um uísque. -Ah, e antes que eu me
esqueça, sua esposa esteve aqui! Christine, o grande amor da sua vida!
- O que ela veio fazer aqui,
Suzi?
- Veio desabafar um pouco.
Que coisa feia, Matt! Traindo sua mulher.
- Não é hora de ficar
brincando, Suzi! Você me colocou nessa
roubada. Agüente as conseqüências!
- Roubada, não, meu amor!
Paixão. Você continuou também porque quis. E cá pra nós, a nossa relação é
perfeita, né? Você me completa, Matt em todos os sentidos.
- Você é uma cilada perfeita
pra mim. É isso que eu percebo!
- Somos como a corda e a
caçamba, meu amor! Precisamos um do outro.
Matt fica em silêncio e Suzi
continua.
- Diz aí! Quando começou a
trabalhar como policial hein?
- Por que quer saber disso
agora?
- Deixa de ser infantil, Matt
e responda a minha pergunta!
- Tudo bem! Eu tinha dezoito
anos. Havia perdido meus pais e tive que morar com uma avó. Eu gostava muito de
ser policial e me formei na corporação aos vinte e dois, onde conheci o Sr.
Smith, que me considerou como um
filho e me ajudou a ingressar mais
na minha profissão. Trabalhei como guarda de trânsito por um ano antes disso.
Nunca corri atrás de bandido. Eu apenas deixei que eles me levassem até ele.
- Interessante, Matt! E como
conheceu Christine?
- Eu estava num banco quando
houve um assalto. Lembro bem desse dia como se fosse ontem. O assaltante entrou
e provocou muita confusão. Neste dia, eu estava armado, porque sempre tive uma
defesa. O assaltante tentou pegar alguns clientes como reféns e eu tive que
fazer algo pra ajudá-los. E lá estava ela, no meio de tantas pessoas
apavoradas. Christine estava temida com a situação e eu não hesitei. Eu saquei
minha arma e com a força e coragem, eu decidi agir por conta própria e tentar
manter a ordem no local.
Não havendo concordância, sem
piedade, eu atirei no bandido, o qual marcou o início da minha carreira como
policial.
- Nossa, Matt! Você foi um
grande herói pra Christine.
- Eu sei. Mas agora, não sou
o herói de ninguém. Existe um assassino a solta e eu não posso fazer nada pra
detê-lo. Tenho apenas pistas que não me levam
a nada.
- É o caso de Regina Winston,
né?
- Exatamente. Bom, eu preciso
ir agora! - Diz Matt.
- Sempre suas obrigações em
primeiro plano e eu mais uma vez deixada de lado.
- Você sabe que eu preciso
realmente ir.
- Espera, Matt! Tem algo que
você precisa saber.
- O que se trata, Suzi? - Ele
se indaga. - Eu estou super cansado!
- Eu menti pra você quando
disse que trabalhava com decorações.
- Eu já imaginava, Suzi. -
Diz ele. - Você não me parecia
decoradora.
Suzi sorri sem jeito e
consente.
- Desculpe por ter mentido!
Na realidade, a minha profissão é outra. Eu sou prostituta! - Diz Suzi, se
revelando. – E quando eu disse que queria uma relação firme e duradoura, eu não
estava mentindo. Eu desejo isso, Matt! Quero apenas ser feliz com você, se for
possível! Quero sair dessa vida e percebi em você, um cara admirável. Me
apaixonei por você.
Matt a encara e toca em seu
rosto.
- Eu sinto desapontá-la, mas
não sou o cara certo pra você. Desculpe! - E sai porta afora, deixando-a sozinha
no apartamento.
Ao fechar a porta devagar,
Suzi fica séria e do seu olho, vem uma lágrima que escorre face abaixo.
Enquanto isso, Sr. Smith
verifica alguns arquivos e analisa um por um, lendo seu conteúdo e anotando
alguns detalhes importantes num pequeno bloco.
- Vejamos! Inicialmente,
Regina foi encontrada morta em um acidente automobilístico idêntico ao ocorrido
com Anderson, Dinorah foi morta em seu apartamento com cortes profundas e D.
Juliet morreu em uma explosão em sua própria casa. Deve haver algo em comum
entre estes fatos! - Ele pensa. - Então, a próxima vítima seria Justine ou
Olivier, já que também conseguiram pegar a Brendha, filha de Dinorah.
Ele decide ligar pra Matt e
avisar sobre a sua hipótese.
Ciente da situação, ele
concorda e pede pra polícia ficar atento.
O delegado decide se
organizar em imediato.
Mais tarde, Suzi vai ao
encontro marcado pelo misterioso homem que a mantém contato e ela encontra um
Ford Ka em sua frente. O vidro escuro se abre e ela se mantém calma ao vê-lo.
Em passos firmes, ela se dirige até ele e abre a porta.
- Eu não disse que voltaria,
Suzi! A partir de agora, o jogo vai começar a mudar um pouco e eu vou dar um
passo definitivo. Ele diz, com seriedade e um brilho no olhar. - Entre no
carro! Precisamos conversar um pouco.
Suzi entra no carro e
senta-se ao lado do desconhecido homem, que a observa de cima a baixo.
- Você está linda, Suzi! Á
cada dia que passa, fica mais atraente, mais gostosa. Senti muito a sua falta
ultimamente. - Diz ele, tragando um cigarro.
- Eu sei bem a falta que te
faço.
Ele coloca a mão em sua coxa
e deslizando, diz:
- Você é uma mulher que ainda
mexe com meu coraçãozinho. Confesso que tenho ciúmes quando alguns dos meus
clientes se envolvem com você.
Suzi o encara com um olhar
sério.
- Posso saber o que pretende
fazer com o Matt? - Ela o interroga, fazendo ele mudar de assunto.
- Minha querida, por que
falar de negócios agora? Vamos curtir a noite! Tomar umas bebidas. Transar
loucamente como nos velhos tempos. Faz tempo que eu estou querendo brincar um
pouquinho. Aliás, não sou feito de aço né!
- Suzi, assim você me
decepciona mais ainda.
- Eu preciso saber qual é o
seu jogo.
- Mas que mulherzinha teimosa
você é. Por que o seu interesse nesse assunto? Eu não lhe disse pra ficar
tranqüila em relação ao policial?
- Mas eu não acredito em
você!
- Esse é o seu mal, Suzi! Mas
se você não acredita na minha palavra, o que devo fazer né? Eu só posso lhe
adiantar uma coisa: fica na sua e não se envolva mais nesta história. Muita
coisa vai acontecer e eu não quero perder a minha mina de dinheiro. -Diz ele,
tocando em seus lábios. - Gata, você é uma mulher rara e cara!
Suzi fica séria ao
ouvir tais palavras.
Obs: Devido a problemas técnicos, o capítulo foi postado atrasado. Lamentamos o inconveniente.
Próximo Capítulo: 08/04 (20hs)
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