- Não acha que está muito tarde pra se chegar em casa?
Suany se assusta com a presença da futura sogra.
- Nossa! Que susto! Eu tive uns contratempos. Por
isso estou chegando agora. Desculpe!
- Suany, me desculpe se assustei. Não foi minha
intenção. Só acho que não fica bem uma futura noiva estar na rua até tarde
antes de se casar.
- Tive problemas com minha família que não puderam
ser adiados.
- Se existem problemas com a sua família, o seu direito
é nos contarmos. Talvez eu possa fazer algo pra ajudar. O que está acontecendo,
Suany?
- Verena, a
senhora sempre gentil e amável comigo. Agradeço-lhe pela ajuda, mas eu mesma me
encarrego de resolver sozinha.
- Certo.
Amanhã tem a prova do seu vestido. Tente acordar cedo!
- Eu não lhe
falei, mas vou entrevistar uma jovem pra trabalhar na área da cozinha.
- Ah sim!
Vai dar tudo certo. Boa noite!
- Boa noite,
Verena! - Diz Suany, disfarçando enquanto a senhora se afasta.
No seu
quarto, Lisiane fica pensativa sobre o que fazer nas duas entrevistas do dia
seguinte.
"Eu
preciso fazer isso. Não posso continuar na mesmice que estou."
O dia
amanhece e o trânsito começa a se movimentar pelas estradas afora. Pessoas
começam a circular por todos os lugares desde às estações de ônibus às estações
de metrô. Mais um dia de trabalho para quem pega cedo no batente. E na empresa,
alguns funcionários já começam a chegar. Fabiano desta vez também é um dos
primeiros a chegar e já vai entrando em sua sala, cumprimentando à todos.
Alguns minutos dali, Lisiane já está chegando toda arrumada e com aquela
determinação de pegar a vaga tão esperada. Ao se identificar na recepção, ela
já é encaminhada para a sala de Fabiano que lhe aguarda. Entrando na sala do
rapaz, Lisiane tenta conter o nervosismo, mas segue em frente com o seu plano
de entrar na empresa.
- Bom dia,
Lisiane! Como você está? - Pergunta Fabiano.
- Bom dia!
Estou bem, obrigada.
- Eu separei
uma avaliação e gostaria que você preenchesse.
- Certo. -
Diz ela, pegando o folheto da mão dele.
- Quaisquer
dúvidas, pode me falar.
Lisiane
consente e enquanto analisa o papel, Fabiano a fica observando por alguns
minutos e depois decide sair da sala por um instante.
- Já volto!
Assim que
sai, Lisiane fica pensativa com o papel à sua frente.
Na mansão,
Suany recebe uma ligação de Tony e começa a reclamar.
- Quantas
vezes eu já lhe disse que não é pra me ligar? Você ficou louco!
- Amor, eu
senti saudades. - Diz Tony.
- Nós
transamos ontem bem gostoso, cacete! Não me liga!
- Só senti
vontade de ouvir sua voz, minha gostosa.
- Preciso
desligar antes que alguém me ouça falando contigo. Aí sim, os meus planos vão
por água abaixo.
Assim que
desliga rapidamente, ela coloca o celular sob a pia do banheiro e começa a
arrumar o cabelo.
Ao voltar para a sala, Fabiano senta diante de Lisiane e ela lhe entrega a avaliação preenchida. O rapaz analisa com cuidado e depois, informa-lhe a vaga. Após explicar detalhadamente, ele a questiona se ela tem interesse e a jovem aceita, parecendo animada.
- Seja bem vinda então! - Diz Fabiano, apertando-lhe a mão.
- Muito obrigada! - Agradece Lisiane, radiante.
- Vou apresentar você aos seus colegas de trabalho. - Diz Fabiano, se prontificando.
Ele decide reunir o pessoal da empresa para comunicar sobre a contratação de Lisiane e ambos ficam felizes ao saberem da novidade. Lisiane sorri agradecida.
Na mansão, Suany prova o seu vestido de noiva e de frente pro espelho, ela se exibe fazendo poses. Verena se aproxima da jovem e exalta:
- Como estás linda! Este vestido lhe caiu muito bem, querida!
- Verena, estou tão feliz que a senhora nem imagina. Vou fazer o seu filho muito feliz, acredite!
- Estamos todos contando com isso, minha querida!
- O meu casamento vai roubar a cena. Quero que toda a mídia comente.
- Impossível não comentar, Suany! Bom, tenho um presente. - Diz a senhora, pegando uma caixa.
- Presente pra mim? Oh, céus! Não precisava.
- Suany, esta é uma lembrança de família passada por gerações. E como o meu filho a escolheu pra ser a mulher da vida dele, eu acho justo que você receba esse presente. Quando tiveres uma filha, passe pra ela futuramente. - Diz Verena, abrindo a caixa e mostrando-lhe algo dentro.
Os olhos de Suany brilham radiantes quando veem aquele colar de esmeraldas.
- Nossa! Mas que coisa mais perfeita. Linda demais! - Diz ela, tocando no colar e tirando-lhe devagar da caixa. - Verena, eu não posso ficar com isso. É uma herança familiar!
- Não seja boba! É sua, Suany! - Diz Verena, alegre e totalmente consciente do que está fazendo.
Suany fica nas nuvens quando a senhora declara aquelas palavras e exibe aquela joia em seu pescoço, sem colocá-la.
Lisiane telefona para Richelle e a avisa que conseguiu um emprego na empresa e a jovem fica feliz.
- Agora, você vai continuar seguindo o plano.
- Richelle, eu ainda estou pensativa se vou na mansão hoje à tarde.
- Você não vai amarelar agora.
- Mas Richelle...
- Não seja idiota! Eu já fiz a ponte entre você e aquela chata da Suany. Agora, você vai ter que comparecer lá.
- E se o Fabiano me encontrar lá com ela, o que eu digo?
- Ele não vai deixar a empresa tão cedo. Ele sai de lá quase sete horas da noite.
Lisiane fica pensativa quando Fabiano se aproxima dela. A jovem decide disfarçar e desliga o celular.
- Oi! Atrapalho?
- Não. Jamais! - Diz Lisiane, guardando o celular.
- Está mais animada agora que conseguiu a vaga?
- Com certeza! Obrigada por ter me contratado.
- Quer tomar um café comigo?
- Aceito, claro! - Diz a jovem, não recusando o convite.
Lisiane toma café ao lado de Fabiano e os dois conversam descontraidamente numa lanchonete próxima da empresa. Os horários passam e a jovem nem percebe.
- Acho que já passou da hora. Preciso ir. - Diz Lisiane.
- Foi muito bom nossa conversa e ter tido o prazer de lhe conhecer melhor.
- Eu também achei a nossa conversa boa. A gente vai se ver mais vezes, né?
- Sim. Na empresa mesmo. - Diz Fabiano sorrindo.
- Que bom! Quem sabe, a gente não possa tomar mais café juntos.
- É uma boa ideia. - Diz Fabiano.
Lisiane se despede de Fabiano e sai da lanchonete, esquecendo de propósito seu celular. O rapaz percebe que a jovem deixara o aparelho e resolve ir atrás dela.
- Lisiane, espera aí!
A jovem se vira pra encontrá-lo.
- Você esqueceu na lanchonete?
- Nossa! Que cabeça a minha!
- Sem problemas. Acontece. - Diz o rapaz sorrindo.
Lisiane pega o celular com Fabiano e se despede novamente. O rapaz fica observando a jovem caminhar devagar pela rua.
Da empresa, um dos funcionários observava os dois e comenta com uma outra pessoa:
- Parece que a nova funcionária está se saindo muito bem.
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