Daniel fica curioso com a proximidade de seu filho
com a jovem e ao invés de responder a sua pergunta, o questiona:
- Antes, você vai me explicar direitinho porque está
com ela?
Gabi e Pedro se entreolham enquanto Daniel aguarda
por uma resposta.
- E então, filho? Como vocês se aproximaram?
- Pai, eu e Gabi ficamos amigos. – Responde Pedro.
Daniel fica sério nesse momento quando Gabi decide
interferir.
- Olha, eu não quero criar nenhum tipo de problema.
O seu filho tem sido uma pessoa muito legal comigo.
- O meu filho é um menino de ouro. – Diz Daniel.
- Obrigado, meu pai! Mas ela realmente precisa de um
trabalho. Eu sei que o senhor pode ajudar ela. Deve haver alguma vaga na
empresa, que possa servir à ela. Gabi tem formação.
- Eu não cheguei a concluir, mas sou formada em
contabilidade. – Avisa a jovem.
- Pai, viu só? – Diz o rapaz, sorrindo.
- Filho, vem cá! – Diz Daniel, pegando no ombro de Pedro
e se afastando de Gabi um pouco. – O que está rolando entre você e ela?
- Pai, que isso! Somos apenas amigos. – Responde o
rapaz, ficando sério.
- Eu fui promovido à pouco tempo na empresa. Não
posso colocar qualquer pessoa lá dentro, entendeu?
Como vou confiar nessa garota que a gente nem
conhece direito?
- Pai, eu entendo mas ela me contou um pouco da vida
dela. Fica sossegado! É o seu filho que está indicando. Não é qualquer pessoa.
- Está bem, garoto! – Diz Daniel, se virando à Gabi
que o aguardava e a chama.
Gabi se aproxima dos dois e Daniel diz:
- Você pode passar na empresa amanhã a tarde Eu vou
falar com o meu chefe sobre você, mas leve um currículo atualizado.
- Obrigada, senhor Daniel! Pode deixar que vou levar
sim. – Agradece Gabi, feliz.
- Umas 3 da tarde ok! – Diz Daniel, fazendo Pedro
ficar feliz com a resposta dele.
- Obrigado, meu pai! Te amo!
E os dois se abraçam fortemente.
- Só espero que eu não me arrependa. – Diz Daniel
sussurrando baixinho.
- Relaxa! – Diz Pedro, confiante.
Grace encontra um álbum de fotografias e decide folhear
as páginas, relembrando momentos que vivera ao lado dos amigos e da família. Em
um desses momentos, a presença do marido Murilo se destacava à cada página que
ela passava.
“De
vez em quando eu venho pra cá pra observar as estrelas com meu telescópio que
meu pai me deu de presente no natal. -Ele tira da mochila seu telescópio.
-
Você pensa em tudo hein?
- Ué. Penso sim, oras.
Grace
sorri e Murilo prepara o seu telescópio.
-
Fica observando! -Diz ele, feliz ao lado da jovem.
Pelo
telescópio, Grace observa uma estrela cadente passar no céu e fica feliz. Ela
deixa o aparelho de lado.
-
Murilo, isso é um máximo! Uma estrela cadente está passando agora.
-
Cadê? – E ele observa no telescópio. – Faça um pedido!
-
Já se realizou. – Diz ela, sorrindo pra ele...”
Um
sorriso brota de seus lábios.
E
repaginando o álbum ainda, ela encontra fotografias da galera reunida em fins
de semana. Uma cena também surge em pensamento. O dia que ela, mesmo receosa
contara a Daniel sobre a gravidez de Gisele.
“-
Eu preciso saber Grace. Eu preciso saber da verdade.
-
Mais cedo ou mais tarde, você ia descobrir mesmo. Gisele que me perdoe, mas...
Eu não posso ocultar isso de você Daniel. -Diz ela, desabafando.
-
Eu sabia. -Diz ele, se sentindo realizado. - Gisele esperando um filho meu! Eu
não acredito!...”
A
emoção de lembrar tantas cenas importantes lhe traz uma sensação de alegria e
alívio. A amizade dela com os amigos é de uma autenticidade indescritível.
Grace sabia o valor que isso representaria na vida dela e de repente, Murilo
chega.
-
Amor, está chorando? – Ele pergunta, indagado.
Grace
seca as lágrimas rapidamente.
-
Só estava folheando o álbum.
-
A gente viveu tantas coisas boas né?
-
Sim. Tantas coisas boas e ruíns também.
-
Ah amor esqueça as coisas ruíns. Foque somente nas boas que a gente passou
juntos.
-
Eu sei. Sinto saudades do Zeca. Por muitos erros que ele cometeu, a gente era
muito próximo.
-
Na verdade, o Zeca colheu o que plantou né?
-
Verdade. – Diz ela, se sentindo triste quando ele resolve abraçá-la.
-
Não fique assim, Grace! Zeca nos deixou saudades, mas onde quer que ele esteja,
deve estar feliz pela gente e por todos.
Daniel
chega em casa acompanhado pelo filho que se sente animado e Gisele questiona:
-
Posso saber por que essa animação toda, filho?
-
Nada não, mãe. Só estou feliz pelo meu pai. – Diz Pedro, subindo as escadas
rapidamente em direção ao quarto.
-
Não entendi. – Comenta ela.
-
Ele me pediu um favor e eu aceitei. Foi isso!
-
Estou curiosa. Posso saber o que se trata?
-
Sabe aquela jovem que esteve na nossa porta, me procurando?
-
Meu amor, aquela moça de novo!
-
Calma, Gisele! O Pedro se aproximou dela. Não sei como mas os dois ficaram
amigos.
-
Ai meu Deus, não acredito! Meu amor, ele nem a conhece direito.
-
Gisele, deixa eu terminar de falar.
-
Fala! – Diz Gisele, já um pouco tensa.
-
Eu resolvi dar uma oportunidade de trabalho pra ela na empresa, a pedido do
nosso filho.
Gisele
já coloca a mão na cabeça pensativa.
-
E eu achando que essa história já tinha sido resolvida.
-
Eu fui pego de surpresa. Meu próprio filho me pediu essa chance pra ela. Não
tive como negar um pedido do nosso filho.
-
Deveria ter pensado, amor. A gente nem conhece essa garota direito.
-
Gisele, eu também passei por isso antes. Eu sei o que é procurar emprego e
receber muitas respostas negativas. Quando aceitei o pedido, também refleti
nessa situação.
-
Amor, eu fico preocupada porque se você indica alguém pra trabalhar em algum
lugar e essa pessoa não levar o emprego a sério, o pepino sempre vai ficar por
sua conta.
-
O que você quer eu faça agora? A menina vai amanhã à tarde na empresa.
-
Agora só nos resta torcer para que ela leve esse trabalho a sério, senão o Otávio
te frita em pedacinhos. Conheço o nosso chefe muito bem!
Daniel
fica preocupado um pouco com as palavras de Gisele.
-
E tem outra coisa que preciso te lembrar.
-
Diga, Gisele! – Pergunta ele, já coçando a cabeça.
-
Meus pais vão vir nesse fim de semana.
Daniel fica sério nesse momento.
Gabi
se debruça na cama toda feliz da vida e resolve ligar para a vizinha Berenice.
A jovem conta sobre a oportunidade de emprego, fazendo a vizinha ficar animada.
-
Agora, você vai ficar mais perto do seu pai minha menina. – Diz a vizinha.
-
Sim, Berenice! Ficar perto de meu pai. – Diz a jovem, com os olhos brilhando.
Gisele
bate a porta do quarto de Pedro, que a atende.
-
Desculpa incomodar, meu filho.
-
A senhora não me incomoda, mãe.
-
Precisamos conversar, meu filho. É importante!
Pedro
fica sério diante de Gisele.
Distante
dali, Valentim busca a filha Cissa na casa de Mirtes e agradece à vizinha por
cuidar da menina. Em seguida, os dois saem juntos em direção à sua casa. Uma mulher
observa-os de longe e decide fazer uma ligação.
-
Lavínia, eu os encontrei.
Do
outro lado da linha, fica um silêncio e depois a resposta.
-
Como eles estão, Penélope?
-
Parecem bem. A menina é esperta demais, interativa e fica sob os cuidados de
uma vizinha enquanto o pai trabalha.
-
Que bom que eles estão bem.
-
Amiga, eu imagino que deve ser bem difícil pra você, mas tem certeza mesmo que
quer fazer isso?
-
Eu preciso fazer isso, Penélope!
-
Entendo. Tem previsão de quando voltas para o Brasil?
-
Brevemente. Meu marido está envolvido com projetos aqui em Jacarta. A indonésia
é linda. Deveria conhecer um dia.
-
Quem me dera se eu tivesse essa oportunidade. Mas enfim, se eu souber de algo
mais te aviso. - Diz Penélope sorrindo.
-
Agradeço de coração. – Ela desliga em seguida.
“Por mais que eu tente evitar, tem coisas do passado que me assombram bastante.”
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